sábado, 17 de dezembro de 2016

Revelação de Deus na Natureza


“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras até aos confins do mundo” (Salmo 19:1-4).

Um princípio que temos que observar é que todo efeito trás marcas e atributos que explique sua causa. Se os efeitos manifestam inteligência, vontade, poder e moral, tais atributos devem pertencer a uma causa. Portanto, as obras de Deus são uma revelação de atributos em uma escala mais elevada, pertencendo a Deus em um grau infinito (Salmos 94:9,10). Deus fez uma revelação de si mesmo no mundo externo, na natureza e em nós humanos, pondo a imagem de si mesmo em nós. O senso de justiça, moralidade, bondade e amor que existe em nós é uma revelação de que Deus é Justo, santo, bom e amor, porém num grau muito mais elevado. O homem (Efeito), mesmo com sua natureza corrompida pelo pecado ainda manifesta as marcas de sua causa (DEUS). (1 Timóteo 4:2/ Thiago 3:9/ Genesis 1:26 / Romanos 1:18-25).

Possuímos uma natureza moral, infelizmente miseravelmente deformada; Deus possui excelência moral em perfeição infinita.
A consciência dentro do homem diz: “Farás” ou “não farás”, “Devo” ou “não devo”. Esses mandados não são auto-impostos. Implicam a existência de um Governador Moral a Quem somos responsáveis. (Rom. 2:14,15)


Deus nunca deixou de dar testemunho de Sua existência: toda a Criação é um livro aberto que em linguagem silenciosa, mas bastante clara, torna visível a nós o Invisível. Este foi um dos argumentos usados por Paulo e Barnabé na cidade de Listra, quando, para provar à população politeísta e idolatra que eles não eram deuses, falaram sobre o verdadeiro Deus: "... o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há; o qual nos tempos passados deixou andar todas as nações em seus próprios caminhos. Contudo, não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas do céu, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e alegria os vossos corações" (Atos 14:15-17).

As Escrituras Sagradas mostram que aqueles que se negam a reconhecer a existência de Deus, mesmo tendo os olhos do entendimento voltados para as suas inumeráveis obras, serão indesculpáveis. É o que argumenta o apóstolo Paulo no primei­ro capítulo de sua Carta aos Romanos, cujos versículos 19, 20 í 21 constituem-se as bases da chamada "Teologia natural" defendida pelo apóstolo: "... visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou.
Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis. Pois tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes seus raciocínios se tornaram fúteis, e seus corações insensatos se obscureceram."
Porém, o fato de essas pessoas deixarem que essa capacidade natural de reconhecimento da existência do Criador se atrofie, por falta de uso, não significa que elas, apesar de possuírem um coração endurecido, não tenham sido dotadas dessa capa­cidade. Todos os seres humanos a possuem, e é por isso que muitos terão de responder diante de Deus por esse desconheci­mento, conforme escreveu o apóstolo Paulo.


NECESSIDADE DE UMA COMPLETA REVELAÇÃO DE DEUS
Diante do que foi exposto até agora, é necessário, porém, que isto fique bem claro: a crença coletiva demonstrada por todos os povos quanto à existência de um Deus soberano, e o teste­munho de sua existência proclamado em suas obras não se constituem numa completa revelação de Deus ao homem. Essas "pegadas do Criador" impressas na Criação, conduzem o ser humano a conhecer o verdadeiro Deus; porem  não são elas que o levam a aceitar e a se incluir no plano traçado pelo Criador para salvar suas criaturas. Por isso, além de ter-se revelado na voz da natureza e na consciência do homem, Deus se revelou também na Bíblia, através dos profetas, e sobretudo no seu Filho, Jesus Cristo.
O caminho para Deus não está, portanto, nas estrelas (apesar de elas proclamarem, em todo o Universo, sua existência), e sim na fé na pessoa de Jesus Cristo — autor e consumador dessa fé. O universo fala a todos da existência de Deus, mas quem reconduz o homem ao seu Criador é Jesus Cristo, a mais completa e perfeita revelação de Deus à humanidade.


A necessidade de uma Revelação Sobrenatural
Alguns filósofos cristãos asseveram uma incapacidade do homem conhecer a Deus, atribuem-na à sua cegueira espiritual ocasionada pelo pecado. Portanto, embora neguem que Deus possa ser conhecido pelo não-regenerado, afirmam que ele é conhecido por aqueles a quem o Filho o tem revelado (Mateus 11:27). De igual modo, embora o Apóstolo assevere que até os pagãos conhecem a Deus (Romanos 1:18-25), em outra parte ele fala de um gênero de conhecimento que se deve à iluminação salvífica do Espírito Santo (Romanos 16:25/ 12:2/ Gálatas 1:12/ Efésios 1:17,18/ 3:4,5). Os não regenerados através da revelação da natureza e das escrituras, podem saber da existência de um Deus infinito, mas são ignorantes quanto à sua natureza. Podem saber muito bem que existe um Deus, sem saber o que ele é.



Necessitamos, pois de uma revelação divina sobrenatural. Desta revelação é preciso lembrar, primeiramente, que ela nos comunica conhecimento real. Ela nos ensina o que Deus realmente é; o que o pecado é; o que a lei é; o que Jesus Cristo e o plano de salvação através dele são; e qual será o estado da alma após a morte. (1 João 2:20,27/ João 14:26)

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