É uma primeira verdade vindo logicamente antes da crença na Bíblia. Uma crença é intuitiva se for universal e necessária... Tanto a Escritura como a história provam que a crença em Deus é universal. Paulo afirma que porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles (ímpios) porque Deus lhes manifestou por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus não o glorificaram como Deus nem lhe deram graças (Romanos 1.19-21).
A Bíblia ainda declara que a lei de Deus está escrita no coração do homem (Romanos 2.14-16). O senso de justiça, moralidade, bondade e amor que existe em nós é uma revelação de que Deus é Justo, santo, bom e amor, porém num grau muito mais elevado.
Todo homem sabe que, tem de afastar-se do mal e buscar o bem. Isso
é um senso comum no homem em todos os tempos, desde que o homem é homem.
Que existe
na mente humana, e na verdade por disposição natural, certo senso da divindade,
consideramos como além de qualquer dúvida. Ninguém é ignorante, Deus mesmo
infundiu em todos certa noção de sua divina realidade, da qual, renovando constantemente
a lembrança, de quando em quando instila novas gotas, de sorte que, como todos
à uma reconhecem que Deus existe e é seu Criador, são por seu próprio
testemunho condenados, já que não só não lhe rendem o culto devido, mas
ainda não consagram a vida a sua vontade.
A
CONSCIÊNCIA HUMANA ATESTA A EXISTÊNCIA DE DEUS
Entre os povos mais avançados até os mais
primitivos e degradados da terra podemos encontrar neles consciência, isto é, a
faculdade de aprovar ou condenar ações numa base moral. Diz Paulo: "Os
gentios, que não tem lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles embora não
tendo lei, para si mesmos são lei. Pois mostram a obra da lei escrita em seus
corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer
acusando-os, quer defendendo-os." Romanos 2:14,15. Naturalmente a
consciência das pessoas que se encontram longe de Deus, acha-se contaminada,
obliterada, cauterizada (I Timóteo 4:2; Tito 1:15), sendo-lhe necessário ser
purificada pelo sangue de Cristo (hebreus 9:14; 10:2-10,22). Por mais
insensibilizadas que sejam suas consciências, porém, todos os homens possuem um
senso comum do direito e do errado, não apenas causa de ensinos morais que
tenham recebido, mas porque, como declarou Immanuel Kante, grande filósofo
alemão, "há dentro de nosso interior a lei moral". "Há entre os
gentios, almas que servem a Deus ignorantemente, a quem a luz nunca foi levada
por instrumentos humanos
Conquanto da lei escrita de Deus, ouviram sua voz a
falar-lhes por meio da natureza, e fizeram aquilo que a lei requeria." A
existência de uma lei implica a existência de um legislador. Foi Deus quem
idealizou uma norma de conduta para o homem e a escreveu na mente humana.
Afirmação da
questão
Entretanto, é importante entender
distintamente o que se pretende quando se diz que Deus pode ser conhecido.
Não significa que
podemos saber tudo a respeito a Deus. Existe no homem, em sua própria natureza,
uma capacidade intelectual, a qual toma conhecimento imediato do infinito. O
homem conhece a Deus só até onde Deus se deixa conhecer ao homem; tal
conhecimento é a autoconsciência de Deus.
No entanto, não podemos conhecer tudo a respeito de Deus. Para um
conhecimento pleno de Deus o homem tinha que ser um Deus, sendo isso
impossível. Porém, todo conhecimento que Deus revelou de si ao homem é um
conhecimento verdadeiro, mesmo sendo ele parcial, todavia é o suficiente para
suas criaturas possam servi-lo e ama-lo com perfeição.
Quando se diz que Deus pode ser conhecido, não se pretende dizer
que ele possa ser compreendido por completo. Compreender é ter um completo
conhecimento de um objeto. É entender sua natureza e suas relações. Não podemos
entender o Onipotente com perfeição.
Nosso
conhecimento de Deus é parcial
Há infinitamente mais em Deus do que podemos saber; e o que
conhecemos, conhecemos parcialmente. Sabemos que ele sente, que ama, que tem
piedade, é misericordioso, gracioso; justo, santo; que odeia o pecado, todo
poderoso, que tudo sabe, que tudo vê.
Nosso conhecimento concernente a Deus encontra um paralelo na
ignorância do conhecimento de nós mesmos. Nosso conhecimento de nós mesmo é tão
parcial e imperfeito, que nenhum especialista da ciência do corpo e da mente
humana asseveraria um conhecimento pleno do homem.
Enquanto, pois, admite-se não só que o Deus infinito é
compreensível, e que nosso conhecimento dele é parcial e imperfeito; que há
muito em Deus de que não conhecemos absolutamente nada; no entanto nosso
conhecimento, até onde pode ir, é conhecimento genuíno. Deus realmente é o que
cremos ser, até onde nossa idéia dele é determinada pela revelação que ele fez
de si próprio em suas obras (a
natureza), na constituição de nossa
natureza, em sua palavra e na
pessoa de seu Filho Jesus Cristo.
Ele não é o Deus desconhecido só porque é infinito (João 1:18)
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